Só se reinventa aquilo que já foi inventado, que já deu certo um dia, em alguma ocasião.
Mas não dá mais.
Há uma urgência de mudança preenchendo meu ser, gritando por
dentro, querendo sair de qualquer jeito. Uma mudança profunda. Drástica. Que parecia exigir que tudo fosse drástico também.
Vi um pouco de esperança nas mudanças externas: circunstanciais, mudanças de contexto. Parecia que seria suficiente. Que fluiria de fora pra dentro, ou me obrigaria a responder com uma nova postura.
Mas no fim, o que mudou não parece
suficiente pra responder esse grito.
É muito pouco. É
quase nada. Daí o medo de “ nada mudar”.
Medo sem sentido, porque eu mudei. A questão é que parece muito pouco, e meu grito continua sem resposta.
Então a decisão é
mudar, e pra isso, preciso me reinventar.
Chega dos mesmos
resultados, das mesmas lições, das mesmas quedas, os mesmos dramas e estresses. Chega das mesmas satisfações momentâneas, ou as mesmas crises. Também não quero as
mesmas alegrias. Nem os mesmos passeios, ou as mesmas aspirações.
O mundo é muito grande pra que eu o limite às minhas próprias limitações. E embora essa grandeza pareça estar profundamente distante de tudo que parece próximo
hoje, não está.
Existem pessoas,
lugares, vivências, milhões de coisas incríveis, e eu não quero perde-las. Não quero
perder as que estão distantes por medo ou conformismo. E muito menos as que estão perto, por estar tão cega em busca de grandes novidades, que não consiga percebê-las.
Quero ter olhos pra ver, uma mente hábil pra processar , um coração aberto pra acolher, braços prontos pra desapegar.
Quero absorver a vida em suas diversas manifestações, ter a alma alimentada e pronta pra transbordar. Mesmo enquanto passo por processos de espera - o que
não é fácil, nunca foi, e nunca será, especialmente pra mim.
Mas pode ser melhor. Mais leve e mais gratificante, sem dúvida.
A questão continua sendo o " ser" e não
onde eu quero chegar.
Definir o que é essencial, e precisa permanecer, e o que precisa mudar.
De cara, a ansiedade faz com que eu
queira mudar tudo indiscriminadamente. Mas é só respirar um pouco e lembrar que
o processo de aceitação por quem sou é longo, e não tá nem perto do fim, mas está caminhando ( amém) Por isso, jogar tudo fora, seria retrocesso.
É preciso me reinventar. Estou convicta e determinada, e é isso que vou buscar. Não posso mudar todas as coisas que gostaria, mas as que posso, bom, você já percebeu né? Vou reinventar.