terça-feira, 19 de junho de 2018

1- Uma memória feliz


  Era fim de tarde. Eu e uma amiga caminhávamos pela base de Jocum Santiago, enquanto o restante da equipe estava no centro da cidade fazendo ligações e tentando organizar nossa viagem dali pra frente. 
  Não havia nada que pudéssemos fazer além de aproveitar o tempo ali naquele lugar. Poderia ser o último dia, não sabíamos mais.
 Nosso olhar era aquele de encantamento, bem típico de turistas, misturados com a expectativa de quem teve os planos totalmente alterados há  pouquíssimo tempo.
 Andávamos e conversávamos hora sem ver muito bem o que estava na nossa frente na maior parte do tempo, hora totalmente cativadas por uma florzinha no caminho rs. 
  Foi então que nos vimos de frente pra uma pontezinha dessas de jardim. Subimos nela: era bem curtinha, e ao chegarmos no meio, nos encontramos naquele exato momento onde o sol se exibe na sua forma mais exuberante antes de sumir no horizonte!
   O céu estava num tom lilás frio, e acredite, no Chile, ele parece mais frio e mais próximo do que aqui. O sol se destacava num tom radiante de laranja, uma luz, um contraste indescritível. 
  Não deu tempo de ligar a máquina fotográfica. Meados de 2010, celulares não possuíam câmeras boas como hoje. Em meio segundo percebi que o espetáculo era um presente pra poucos. Larguei a câmera e sorri olhando pro sol que sumia parecendo afundar num mar cada vez mais roxo. “ Olha que lindo amiga!” – foi o máximo que consegui dizer.
  Não tenho fotos, mas a lembrança desse momento costuma me alegrar em tempos de transição e incertezas. 
A beleza daquele momento me dá uma certa esperança, difícil de explicar. Esperança de que tudo vai ser como deve ser, e provavelmente muito mais incrível do que consigo imaginar.

Texto feito para o Desafio da Escrita: Ninho de escritores

Imagem Esperança : João Doederlein :Instagram @akapoeta