quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Migalhas- parte 2

   Outro aspecto importante que me lembra os momentos com as migalhas de comida: geralmente quando eu as consumia, o alimento não estava mais lá.Ou porque acabou, ou porque já havia sido guardado. 
  Onde tem migalhas, dificilmente tem alimento disponível. Elas tão mais pra um rastro, um indício de que esteve ali.
 Daí pensando mais profundamente no nosso paralelo aqui, lembrei de outras lições da sabedoria materna e divina ( thanks mamys):
  Alimento acaba. A menos que você tenha uma fonte disponível, onde você pode sempre buscar mais quando precisa, você vai se deparar com essa realidade.
  Pessoas não são fontes. Nunca serão. ( há, sei o que você pensou...BOPE destruiu essa frase ....rsrs, mas volta pro raciocínio please:)
 Se eu ver ou me relacionar com alguém como se esse ser humano fosse uma fonte, um dia, eu vou esgotá-lo. Literalmente.
 Se ele pensar que é fonte também vai se esgotar por aí.
Pessoas são meios. E isso não é menosprezar ninguém, porque a meu ver, são os meios mais eficazes, mais perfeitos pra que tudo flua da melhor forma.
  Você já deve desconfiar quem é a fonte. Não poderia ser de outra forma.
O ser que é essencialmente Amor é a única fonte verdadeira e inesgotável. A gente tá cansado de saber que se alguém tem afeto pra compartilhar, vem Dele.
E se a fonte é outra, um dia acaba. As migalhas podem inclusive revelar isso...o que tava ali já acabou...
 Sei que to trabalhando aqui numa linguagem meio de sermão again. So sorry. Falando na lata, to cansada de migalhas. De todo tipo rs.
 To decidida a não aceita-las como se fossem tudo. To assumindo minha fome sem um pingo de vergonha, porque sei que isso me ajuda a ter um foco no caminho enquanto não encontro os “ meios”.
  Já fiz muita gente de fonte, e principalmente fiz papel de fonte e me esgotei com pessoas que só consumiram e levaram até mesmo as migalhas.
Ficamos todos com fome.
 Meu desejo e oração hoje é que eu busque saciar minha fome na fonte. Que transborde sim para alimentar outros que não O conhecem, mas sem me fazer de fonte, sabendo que sou meio.
  Que eu encontre outros meios também. Outro meio específico quem sabe ,cuja fonte seja Deus ( #ouçoosanjosdizendoamém) .
  Enfim, por uma vida sem migalhas, como já dizia minha mãe. 
 Meu desejo pra mim e pra você :D




quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Migalhas - parte 1

   Desde de manhã, no caminho pro serviço, tenho pensado numa lição que minha mãe repete pra mim desde que me lembro :
" Não aceite migalhas. Não consuma elas, e nem se contente com elas"
   Migalhas não alimentam, não saciam, não cumprem o papel básico do alimento. Elas são literalmente restos, pedaços que se desprenderam. Têm algo em si de original, mas é pequeno demais para fazer diferença.
 Eu tinha uma mania de comer migalhas de pão, bolacha , ou de algum alimento que eu quisesse repetir, mas sabia que não podia, ou achava que não podia. Enfim.
E ela sempre falava, e dizia que eu não podia fazer aquilo " porque ia estender esse hábito pra vida."  Eu ria quando ela falava isso, e continuava comendo, achava um absurdo associar coisas tão distintas.
  Mas como todo mundo sabe, mães sempre acertam. E claro que ela tava certa, apesar de parecer muito exagerado pra mim na época.
 Acredito que no fim das contas, maioria dos meus relacionamentos, em diversos níveis, tem essas características das migalhas. Principalmente no nível do coração, começando já nos interesses que as vezes surgem : o que todos tem em comum, é a migalha de atenção que foi dada na hora da fome.
 Pronto, tá feito o estrago. Mesmo sabendo que não satisfaz, a gente fica ali, porque sim, É melhor do que nada.
 Vc já passou fome? Mesmo que seja por apenas algumas horas? Eu só passei nessas circunstâncias de horas, graças a Deus.
 Bom, se com fome, e sem condição ou perspectiva de alimento, alguém te oferecer um pedaço de qualquer coisa, você não vai aceitar?
  Te digo que vai.E ainda vai ficar muito grato. Vai comer como se fosse o último pedaço de comida que existe, e como se sua vida dependesse daquilo. Vai pensar que aquela pessoa que te deu aquilo, por menor e menos nutritivo que seja, “ salvou sua vida”, te deu um alívio momentâneo pelo menos, numa hora que parecia que você de fato poderia desmaiar, ou ter algum efeito mais sério além do desconforto e angústia.
  Parece exagero comparar comida e afeto? Mas não é.
Nós precisamos de ambos para viver, e nem preciso comentar sobre isso. Também não preciso comentar que com o tanto de distúrbios emocionais e alimentares, nós não sabemos lidar bem com nenhuma das duas necessidades. 
  De forma geral, tudo hoje nos impulsiona ao desejo de ser autossuficiente.  Utopia total isso. Toda essa história de desapego, autossuficiência, me parece mais uma armadura, de quem não quer admitir que tem fome de afeto.
 Porque todo mundo tem, mas quase ninguém assume. Parece fraqueza. E temos mania de parecer fortes (...) 
 Mas te digo : quando você não assume tá muito mais suscetível a receber e se agarrar as migalhas de afeto do que os que são conscientes que tem fome.
 Isso porque quem tem fome sabe que aquilo não satisfaz, então por mais que se sinta agradecido e tal, vai continuar buscando algo mais substancial.
  Quem não sabe que tá com fome só sente que aquela bendita migalha, supre algo que  ela nem sabia que existia em si mesma. Faz bem, então a pessoa encara como um bônus.
 Só não percebe que a fome nunca diminui.
 continua....

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

a verdade nos liberta !- ( parte 2 )

  Sei perfeitamente que enquanto escrevo isso está parecendo um texto de auto-ajuda, ou sermão. Mas tenha calma, PALAVRAS fazem parte daquilo que eu mais amo. São como tesouros pra mim. Então eu falo e escrevo. E falo muito e escrevo muito também. Posso me adequar a determinadas situações dentro dos limites que são estabelecidos pela educação, mas apenas por isso.Quando sou livre, você vai ver que eu vou me expressar. E honestamente, sobre isso, minha vontade é gritar:

EU NÃO ATRAPALHO! 

 EU NÃO SOU COMPLICADA NEM COMPLICO DEMAIS AS COISAS!


 EU SOU ASSIM, GRAÇAS A DEUS! 

"EU NÃO ESTOU PAGANDO UM PREÇO OU CASTIGO POR SER COMO SOU, COMO SE ISSO FOSSE RUIM" 

EU NÃO ESTOU SOZINHA!

   Ouviram? É o som da verdade que liberta. Todos os momentos que mentiras vêm atormentar, GRITE MAIS ALTO ; )

  Existem milhares de mentiras, muito bem posicionadas nos nossos subconscientes. 
  Vem dos olhares e falas da maioria das pessoas. Estão nas bases culturais de todas as nações.
 Nas músicas, livros , filmes. Nas igrejas. Nas leis. Em todo lugar.
   Mas a boa notícia é que elas só tem força quando estão ocultas. Como essencialmente, todas as mentiras.
  Por isso não vou me importar muito com a exposição que fiz de mim aqui. Porque pode ser que isso, seja um facho de luz, tipo uma lanterna, que aponta pra um lugar escuro que existe em você. E que te indique que é preciso ir lá, e colocar LUZ.
  Como mulher, eu to cansada dessa palhaçada de viver sob esse peso, de ter que fazer e acontecer para provar que não sou o que as pessoas pensam, o que foi construído sócio-historicamente, ou que sou o deveria ser. Tudo isso é estupidez, mais peso.
 Quero ser livre. O mesmo grito que ecoa do coração de revolucionárias de todas as raças, lugares e épocas.
 Mas a liberdade verdadeira nunca virá de uma performance. Nem de uma revolta, e atos decorrentes disso.
 Virá no descanso. Na recusa deliberada de aceitar as correntes da culpa, do medo e da vergonha. Da escolha de sujeitar tudo, tudo mesmo, a luz da verdade.
 Se você não acredita que exista verdade, e que ela é a pessoa de Cristo, sinto muito, não tenho muita esperança pra te oferecer.
 Mas se você acredita, mesmo que minimamente, digo com toda certeza: 
 TEMOS TODA ESPERANÇA, DE VIVER CADA DIA MAIS LIVRES. “



domingo, 13 de setembro de 2015

quando as mentiras perdem a força...


“ Você está atrapalhando.”

“ Você complica demais as coisas”

“ Se você não fosse tão ASSIM, eu poderia fazer isso ou aquilo. É por isso que está aí sozinha”.

  Quantas vezes você já ouviu pelo menos uma dessas frases? Eu não conseguiria contar, sinceramente. Elas estão presentes na minha vida desde antes mesmo que eu pudesse entende-las.
 Minha intenção aqui, ao expor isso, não é justificar ou entender melhor comportamentos e idéias que tenho. Pode ser que aconteça, mas é consequência.
 Minha ideia é compartilhar essas MENTIRAS, porque quando elas são desmascaradas, perdem a força.
(Obviamente eu não perceberia isso sozinha. Espírito Santo Lindo de Deus que me surpreendeu no meio de uma onda de frustração que irrompia num choro escondido, em pleno banho, porque chorar no banho diminui o carão. #ficaadica).
 Mas voltando : Ele, muito calma e firmemente me mostrou que eu estava olhando tudo de forma errada. Porque as lentes que eu estava usando, os filtros, tudo era baseado em mentiras. 
   Já li isso num livro muito bom, ( Em busca da alma feminina, indico), que essa história de que “ somos complicadas demais” é uma cilada do mal pra nos esmagar debaixo de uma culpa estúpida e dilacerante. 
  Incrível é que a mesma culpa pode vir em outras frases, que parecem opostas mas tem o mesmo resultado “ não somos suficientes”, ou somos difíceis”, e no fim todas dizem que é muito difícil, se não impossível, nos AMAR.
 E isso fere. Muito. Porque o amor faz parte da nossa essência. Porque sermos amados, e amar faz parte do que nascemos pra ser.
  E se pensarmos em performances ou dignidade para sermos amados, então, talvez, estivéssemos certos em aceitar essas mentiras. 
 O fardo se tornaria pesado demais, e o melhor seria se render. Se conformar. E aceitar qualquer migalha de amor que nos fosse oferecida.

  Mas graças a Deus, não é essa a verdade! A verdade é que Deus nos AMA pelo que Ele é. E isso as vezes soa muito abstrato pra nossas mentes limitadas. Ele nos AMA porque nos criou para isso. 
  Ele vê essa dignidade que nós não conseguimos ver muitas vezes. Pra ele, somos sim, amadas.
  Pra Ele , não é difícil nos amar quando estamos com TPM, quando nos achamos autossuficientes, quando queremos controlar tudo.
 Pra Ele, nós não “atrapalhamos” as coisas. A vida, o trânsito.
 Pra Ele, o que somos não é desculpa para não fazer algo. Ou motivo de castigo. É motivo de alegria, deleite, de querer estar junto.
  Quando essas verdades entram de fato em nossa mente e coração, todas as mentiras que estavam no lugar delas, perdem a força.
  
(Continua...)
  

domingo, 30 de agosto de 2015

Coisas abomináveis

  Há uns 2 meses atrás, publiquei aqui a primeira parte dessas listas ( http://gabisdiz.blogspot.com.br/2015/07/coisas-deleitaveis.html) lembra? 
  Então, comecei com a parte boa, mas antes que passe tempo demais, publico a minha lista, extremamente resumida , de coisas abomináveis:
  
 Chuva. Dia de chuva, principalmente no frio.
 Sair na chuva. 
 Perder a hora.
 Pessoas mal educadas.
 Receber respostas atravessadas sem mais nem menos.
 Perder ônibus, metrô, qualquer coisa. 
Ter que refazer trabalhos a toa. 
 Dormir pouco. Demorar pra dormir. Dormir mal.
 Não ter café :O
 Receber ligações de presidiários e atender achando que pode ser algo importante.  Ligações na madrugada principalmente, profundamente abominável.
 Testes do DETRAN. 
Trabalhar isolado de pessoas.
 Planejar usar uma roupa que não serve. Gostar de roupas que não tem disponibilidade de tamanho.
Ser obrigada a...qualquer coisa. Obrigação tira a graça de quase tudo. Não entender o motivo ou o princípio por trás de uma ordem.

 Mentira. De qualquer jeito, lugar, forma.

Ainda existir fome no mundo, lugares sem saneamento, e coisas absurdas assim...o que me leva a desigualdade social que mantém miseráveis e milionários no mesmo sistema. Muito abominável
Preconceito, todos os tipos. Mais que abominável.
 Falta de educação. Grosseria. Arrogância.
Ah, profundamente abominável: cantada na rua. Não interessa de quem, profunda falta de respeito e machismo puro. Muito abominável.
 Aliás, no quesito machismo, preconceito e injustiça contra as mulheres, em qualquer situação social, em qualquer cultura, abominável não é suficiente para descrever. Pedofilia e tráfico de pessoas também se encaixam nessa situação. 
Absolutamente abominável todas essas guerras e problemas que se desenrolam do nosso lado, e mais abominável o descaso da maioria das instituições competentes, e países que poderiam ajudar.
 ( Antes de tomar proporções muito maiores, voltemos aos ítens mais pessoais): 

 Praia lotada e sem vento. Frio com chuva na rua.
Pessoas que cortam fila. As que atrasam sem motivo também.
Pessoas falsas.
 Livros de terror e auto-ajuda. Filmes também.
Filmes de ação do tipo Mercenários e Velozes e Furiosos.
Se perder. Ficar sozinha. Sozinha mesmo, sem musica ou livros, ou telefone.
Barata, rato, lagartixa, sapo, cobra, aranhas, morcegos, e talz...ugh.
 Ter que matar a barata!
Chuveiro queimar no meio do banho. 
Ficar sem luz por muito tempo. Sem água absolutamente abominável.
  Ir no banco e não conseguir resolver quase nada. Fila de mercado.
Perder dinheiro, ser roubado. 
Comprar uma coisa e receber outra.
Ser obrigada a votar. Ser avaliada por vestibulares, currículos, e outras formalidades que não dizem nada.
 Burocracia que atrasa coisas simples.
  Pessoas que fingem que não te conhecem na rua.
Religiosidade ( em qualquer religião).
 Hipocrisia.
 E por aí vai.

 Sem mais, encorajo você a fazer suas próprias listas. No que elas te ajudam, ah...você vai descobrir quando fizer.


domingo, 23 de agosto de 2015

Injustiça. #nãomerepresenta


 Eu sempre evitei ao máximo discutir ou mesmo citar fatos e opiniões que dizem respeito à fé, religião, e afins.
  Sobre Deus não evito. Acredito que não preciso ficar falando Dele o tempo todo, para que você que lê perceba que Ele está aqui.
  (Aliás, sou dessas que acredita que quem precisa ficar falando que é, na verdade não é).
  Mas enfim, tudo isso apenas pra dizer que dessa vez não deu pra evitar.
 Diria que estou arrasada. Indignada. Revoltada. Isso por mil motivos. Injustiça é um deles.
  Em algumas culturas, a honra e a vergonha, falam mais alto. Mas aqui, é a justiça e a falta dela que nos esmaga.
  E convivemos com ela de tantas formas, tantas vezes por dia, que acabamos perdendo completamente a esperança em alguns segmentos da sociedade.
   Eu, pelo menos , não tenho esperança, no governo por exemplo, e no que depende dele, por motivos óbvios.
  Mas aí, injustiças tremendamente absurdas, acontecem no único lugar onde deveria existir esperança. No único lugar onde a verdade, e a direção de Deus deveriam prevalecer.
  Sei que historicamente os fatos me mostrariam que diversas vezes, o que prevaleceu foram interesses humanos, disputas de poder, egoísmo e manipulação.
  Mas a gente nunca espera que vá viver num tempo desses novamente.
  Principalmente quando as coisas parecem estar caminhando bem. Ainda que muito devagar, mas bem.
  Do nada, escolhas fazem com que nossa esperança desmorone. Porque escolhas que definem, todos os dias, quem somos e pra onde estamos indo.
  Pra mim, a instituição só faz sentido enquanto existe para ser corpo de Cristo, parte do Reino, habitação de Deus, quando caminha segundo o coração de Deus, e sua direção. Porque um corpo que não segue a cabeça, é um monstro. E eu não gosto de monstros. Nunca gostei.
   Então, to com essa sensação amarga na boca do estomago.
 Porque a escolha é muito clara, e muito absurda, e dolorida.
  Ao mesmo tempo, temos o exemplo de Jesus, o cabeça, o modelo, o Mestre, o senhor da dita cuja : que "amando-os,(nós) amou até o fim";
que serviu, e se esvaziou, e morreu, a morte mais horrenda e vergonhosa, injusta que poderia existir.
   E essa obediência e entrega estabeleceu seu Reino. Reino de Justiça, paz e alegria.
 É a esse Reino que eu pertenço. E diante de injustiças, meu coração é incapaz de guardar resquícios de paz e de alegria.
  Dói saber que pessoas foram desprezadas, traídas, rejeitadas sem motivo. Mas dói mais saber que muitas outras sofrerão, porque é uma escolha que diz muito mais sobre o futuro do que sobre o presente:
  Ela me diz que alguém que ouve Deus e obedece, não é suficiente. Logo, a vontade de Deus e sua direção também não o são.
  Ela me diz que servir, amar, caminhar com pessoas não é suficiente. Logo, seguir a Jesus conforme o exemplo bíblico também não é suficiente.
 Ela me diz que obedecer a Deus, abrir mão de tantas coisas, ir pra um lugar desconhecido, pode não valer a pena, quando é exatamente isso que Jesus nos manda fazer.
 Ela me diz que ser autêntico, também não é legal. Pode chocar e incomodar demais quem insiste em viver em religiosidade.
 Ela me diz que ser instrumento de Deus, num local onde as pessoas não conhecem Deus, pode ser muito arriscado, caso elas ainda queiram permanecer como estão. 
  Sendo que isso faria todo sentido, em outro lugar. Não aqui. Não ali.
  Ela me diz que um suposto conhecimento doutrinário, é mais importante, do que vidas. Do que transformação, do que ser um discípulo aprendiz de Jesus, que é oque somos chamados para ser. Todos, até os mestres.
 E a suposta regra de fé e prática desse local, não confirma nenhuma dessas opções. Pelo contrario. E é a minha regra de fé e prática.
  Então, dói. É muita incoerência. É uma escolha estúpida demais. É uma escolha que privilegia aspectos tão irrelevantes quando a fonte que eu uso pra digitar o que estou escrevendo.
  Então hoje, eu queria deixar registrada minha indignação. Minha tristeza profunda, com relação a um povo/local que perdeu a identidade, o foco, o propósito, por motivos tão banais.
  Não dá pra se sentir bem, e feliz em um local onde rejeitam Aquele que meu coração ama e escolheu seguir.
  Permaneço enquanto for essa a direção do meu Amado e Mestre. Porque é isso que acredito ser fundamental na vida: ouvir e obedecer a Ele.
  E sair agora, sem direção me faria igual a esses seres estúpidos que acreditam que sua vontade pode, em algum universo ser melhor do que a de Deus.
   Não é a primeira vez na história, infelizmente não será a ultima. Mas posso dizer com todas as letras: ISSO não me representa.


   

domingo, 16 de agosto de 2015

Ser


   Entrou numa maratona de tarefas mais uma vez. Começou animada, focada, determinada. 
  Mas num determinado momento, em que o ritmo começou a diminuir,
 mil perguntas: 

 " Por que eu to fazendo isso mesmo? Por que eu não fiz aquilo? Por que a rotina parece estar me engolindo mais uma vez? Por que depois de dias tão cheios da alegria e da presença de Deus, eu sinto uma angústia enorme, e uma vontade quase sufocante de chorar? Eu não tava bem ontem? Ou há uma hora atrás?
  O que afinal esta acontecendo? Pra onde eu to indo mesmo? Será que não to perdendo tempo ? De novo? Por que dessa vez? Por que ainda não aprendi as lições que vão me tirar daqui e levar logo pra onde eu sei que tenho que ir?

     Ir. Fazer. Viver. 

    Os verbos meio que se entrelaçam na mente. Mas falta o SER. E ele que é fundamental, e tem que vir antes dos demais: SER.
 E quando percebe isso, mais perguntas: 

  " Tá, mas quem tenho sido no meio dessas coisas todas?
Quem sou eu quando não estou indo, fazendo, ou vivendo um “ papel social”?  Quem sou eu se como uma peça de jogo de tabuleiro, me tirarem do meu convívio, e olharem pra mim sem contexto, circunstância, máscaras, nada? 
  Sem antecessores, família, sem sobrenome? Sem amigos, pessoas que afirmem ou digam qq coisa? Sem atividades, sem profissão, escolarização, sem avaliação?
 Sem estereótipos, comparações? Sem uma linha cronológica, ou árvore genealógica?
O que resta nessa “ peça” do Universo para ser dito? Nessa porção de pó,  que Deus soprou vida e passou a SER? O que ou quem eu sou, longe de todas as coisas que aparentemente me definem, me limitam, me forçam ao extremo, me rodeiam, e me transformam?

   Perguntas. Mil perguntas. Uma busca mais profunda, que não se contenta com qualquer resposta.
  Num nível mais racional ela sabe algumas respostas. As certas. Mas não as que sente, logo, não há convicção ( mente e coração em harmonia).
  As vezes surgem respostas. Ela sabe que essa questão de auto conhecimento pode se tornar um buraco-negro, uma fuga tanto quanto o excesso de atividades. Mas precisa arriscar. Pode ser que dê certo.
  Ela sabe quem é pra Deus. E isso  traz luz pra ver o que simplesmente não posso ver por si mesma.  Mas precisa saber quem é pra si mesma,  depois de tantas lições e oportunidades para transformar o borrão disforme que  via, em algo mais próximo da realidade de Deus, que é a que importa de fato.
  É um momento pra olhar e ver no que que deu até aqui. Dá medo, claro. E se ela olhar e descobri que só mudou as máscaras? Que não deixou a verdade de Deus moldar sua percepção em cada situação?
  Vai ser duro pra caramba. Mas necessário. É preciso continuar.  
  Tem muito pela frente. Antes de entrar numa maratona de novo, é um tempo pra tomar uma água.
  Lavar o rosto, lembrar do por quê está correndo. Secar o suor. Respirar mais fundo. Deixa o ar entrar e receber fôlego pra continuar.
     Não, não precisa de um espelhinho. Precisa de coragem só. Pra olhar de fato, mesmo que seja numa poça d’água.
  Olhar e ver. Olhar e aceitar também. Olhar e entender o que precisa mudar.
  Algumas coisas pesam também, e tornam alguns momentos mais pesados. Então é natural ela cansar. 
  E querer parar, ou tentar  de todo jeito correr no ritmo dos outros. Mas nunca dá certo.
  É hora de tentar relembrar as respostas.Ou descobrir. 
  Mas mais do que qualquer coisa, ser.

domingo, 2 de agosto de 2015

É preciso ver

  Não sou o tipo de pessoa que lê jornal. Por N motivos. ( Nem vale a pena comentar sobre assistir então...)
  Mas ultimamente, acabo dando uma folheada neles, no trabalho.
  É terrível. Sempre deprimente, indigno, revoltante. 
   Não importa de onde seja, 90% das notícias me deixa com um nó na garganta, mil perguntas, e nenhum senso de esperança. Sem falar no apelo profundamente tendencioso de cada um...
 Pra não sucumbir ao desespero, a escolha mais óbvia é: não vou ler mais. Passo pelas crônicas, e vou direto pro caderno cultural. As vezes a previsão do tempo merece uma olhadinha também.
  Esses dias porém, estive observando alguns grupos de pessoas, que se reúnem para conversar como se não existisse ninguém mais em volta delas.
  Em cidades maiores e shoppings é mais comum ver isso ( saudades multidões de sampa! S2), mas aqui são raras as oportunidades.
  Você pode observar isso em restaurantes, mas eu observei no meu local de trabalho. Sim, uma biblioteca onde grupos de adolescentes se reuniram na hora do intervalo para fazer seus trabalhos.
  Independente dos mil e novecentos avisos visuais ou orais de “ silêncio”, eles simplesmente continuavam a falar, completamente alheios ao que acontecia em volta.
 Sei que isso é comum, mas fiquei impressionada com aquilo: Eles realmente não viam as pessoas em volta, e não percebiam o que a ação de cada um, falando “ baixo” estava resultando: barulho.
  Eu não ligo pra isso, mas regras são regras né? Enfim.
 Comecei a relacionar isso com minha leitura do mundo, e de tantas pessoas que eu conheço, e claro, com minha escolha de não ler mais o jornal ( viu? tinha um propósito rs).
  Olhar pra fora do nosso grupo ( mundo, contexto) não é fácil. Nem sempre é por puro desinteresse, as vezes é por preservação.
  Mas até que ponto essa preservação produz algo saudável?
Não adianta mais fingir que o que acontece na Ásia por exemplo, é longe demais pra nos afetar.
  O mundo é um só, e por mais que as diferenças e disparates ainda existam, tudo acaba se interligando.
 Não “ olhar”, não resolve. O barulho continua.
  Vou te falar que ler o jornal também não. Continuo escolhendo outras fontes pra “ ver” o mundo.
  Mas é preciso no mínimo ver, e perceber qual minha parte no “ barulho” que está só aumentando, em todo lugar.


  Eu acredito que existam soluções, e esperança. Acredito inclusive que pode estar bem do nosso lado, tipo o aviso de " silêncio" afixado em vários lugares na biblioteca.
  

terça-feira, 21 de julho de 2015

Hoje eu quero deixar o sol entrar



Hoje eu quero deixar o sol entrar,
que entre pelos olhos, e chegue até a alma
que transborde pelos poros
e transpire calma!

Que ilumine cada canto escuro de tristeza

que aqueça o frio da solidão,
que transforme todas as incertezas 
em luzes de esperança, empolgação

Que faça brotar as sementes encharcadas,

e renove a alegria que a chuva tentou afogar.
Que ilumine e restaure as minhas flores
e as borboletas voltem a me visitar. 

Hoje eu quero deixar o sol entrar

Com toda sua força e grandeza!
Transformando tudo que a chuva destruiu
em graça, força e beleza!






quinta-feira, 9 de julho de 2015

Coisas Deleitáveis

 Antes da " lista" propriamente dita, preciso dizer que me inspirei na lista de uma amiga linda (oi Gi!)  do blog Batons e Palavras (link  aqui http://batonsepalavras.blogspot.com.br/2015/02/coisas-deleitaveis.html ). Faz um tempinho já, mas eu me animei esses dias com a idéia.
   Já a lista " original", que inspirou minha amiga e outras pessoas felizes na internet é essa aqui,  uma crônica de Paulo Mendes Campos  ( http://sapateirosdepalavras.blogspot.com.br/2011/06/texto-de-paulo-mendes-campos.html )
 Recomendo a leitura das duas ;). 

Coisas deleitáveis- segundo eu mesma :

 Dar risada, chorar de tanto dar risada. Dormir sem interrupções, e sem ter hora pra acordar; acordar com a luz do sol entrando pela cortina, acordar e saber que não está chovendo !
 Cheiro do café enquanto ainda está "passando" no coador; café forte e com a quantia certa de açúcar; café da manhã -seja com pão com manteiga ou pizza requentada.
  Acordar com o cabelo lindo. Receber uma resposta feliz e honesta de bom dia. Sorrisos; sorrisos bem dados, mesmo que de estranhos.
  Música boa; filmes bons; Livros! Olhar livros, pesquisar livros, comprar livros, cheirar livros novos, chegada de livros encomendados, ler livros esperados, terminar e saber que não precisa devolver livros bons; devolver aqueles que não foram tão legais assim.
   Estar com pessoas queridas; conhecer pessoas inteligentes e acessíveis;  Ah, companhia de pessoas divertidas , e de pessoas inspiradoras também! 
 Visitar um lugar e ser bem turista mesmo: comer comidas típicas, andar de transporte público, visitar pontos turísticos, tirar fotos, ir no Mercadão, pedir informação pra pessoas que sabem responder e sorrir .
 Praia vazia; praia com sombra e ventinho; praia com espaço pra caminhar ( sim, existem praias com pouco espaço pra isso) .
  Sorvete no frio, no calor, sozinha, com amigos. Sorvete em qualquer lugar e circunstância. Brigadeiro também. Chocolate , cupcakes também. Em qualquer lugar e circunstância. São essencialmente deleitáveis.
 Água gelada no calor , sopa no frio.
  Passear no shopping; pic nic no parque com a família. Assistir uma boa peça de teatro, ou um filme muito esperado.
  Receber ligação de quem se está com saudade! Descobrir que ainda existem pessoas com iniciativa;  descobrir que também restaram algumas educadas.
 Presentes significativos. Elogios honestos. Principalmente esses dois quando são surpreendentes.
   Lanche da tarde; chá; chá antes de dormir. Ler poesia; ver poesia.
Reuniões familiares. Mesmo as barulhentas e cheias de bagunça depois.
 Congressos. Shows do UNITED.
Andar de metrô no contrafluxo. Descobrir lugares incríveis que não são muito divulgados. Conversar com gringos, principalmente quando eles te entendem.
  Ajudar alguém, por mais simples que pareça. Principalmente pessoas gratas! 
Casa limpa e cheirosa! Andar descalça depois de limpar a casa; fazer faxina com som alto; dublar ou cantar junto com o som alto, enquanto lavo louça ou tomo banho. Dançar nas mesmas circunstâncias.
  Observar as flores no seu momento mais exuberante; ganhar flores. 
Encontrar o que estava procurando antes que seja tarde demais.
 Colocar uma roupa que não servia faz tempo; encontrar uma roupa/sapato/bolsa incrível, que serve, num brechó ou promoção ( isso beira o milagre, amém!)
 Experimentar maquiagens em lojas especializadas, comprar maquiagens bacanas, ganhar então, uul! 
  Ver fotos antigas; rir com as fotos antigas. 
  Ter ( pelo menos uma) foto bem bonita tirada por uma fotógrafa competente e de bom gosto( oi Bia!).
 Compartilhar conversas, impressões, coisas e sentimentos com pessoas que se interessam de verdade. 
  Poder participar de projetos e sonhos de pessoas que vivem em outros contextos e lugares, quando elas compartilham e permitem.
  Viajar, pra perto ou longe. Reencontrar amigos; fazer novas amizades. 
 Ganhar um abraço sincero; abraçar quando se está com vontade.  Cumplicidade; um olhar que compreende e se comunica perfeitamente.
 Ver uma criança gargalhando; fazer uma criança gargalhar.
  Deitar e dormir rápido. Sonhar; sonhar acordada. Viver por um sonho maior do que eu, e meu tempo de vida.
  Perceber que essa lista pode não ter fim...e que quase tudo já faz parte dos meus dias!

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Tchau


  Já disse inúmeros “ tchaus”. 
  Já escrevi uns 15 textos.  
  Já relembrei na minha mente tudo que podia para facilitar esse fim.
 Mas vai ser assim ? Seco? Sem graça? Sem cara de fim? Esse "nada" esquisito que fica aí esfregando na minha cara que fim não precisa ser trágico, dramático, pintando em neon, e muito menos feliz pra ser fim?
    Não queria que fosse assim. Queria que fosse mais nítido. Que tivesse um motivo pelo menos.  Um motivo menos subjetivo no caso. Um motivo que facilitasse as coisas. Que não estragasse completamente as boas lembranças.
  Sim, porque eu insisto nelas. Sempre. Por mais que a maioria tenha ficado comprometida com algumas percepções.
  Quando lembro delas, fico tentando segurar as lembranças, mas elas escorrem da minha mão, e vão pelo ralo. De fato, não tem substância. Não tem muito no que segurar, ou dizer que tinha algo concreto ali, firme. Não tinha.
 E por mais que doa ficar falando, e ouvindo, e repetindo, e lembrando e olhando tudo de novo por esse ponto de vista mais realista, é o caminho que escolhi.
  Do desgaste. Do jogar os fatos na minha cara, toda hora, pra ver se eles jogam um balde de água fria nessa insistência ridícula que eu tenho de sempre relevar e dizer que as pessoas são mais do que seus erros. E do que dizem também.
 Eu sempre digo isso...cheia de convicção e esperança. Que as palavras, e os erros, as escolhas, não definem ninguém.
  Modo bonito de ver, mas só bonito. Nada prático, nada coerente.
   Tem gente que faz valer a pena isso aí. Mas a maioria mostra que esse “ mais”, é mais egoísta, interesseiro, falso, ou seja lá que raio de característica.
  E aí eu fico arrasada. E fico tentando ver onde eu errei, por alimentar ilusões. Por não ver a verdade.
 É aquele momento que tenho que aceitar que por mais que palavras signifiquem, não são tudo. 
  Por mais que eu quisesse que fossem.
  Quando sua voz começa a soar muito distante dos seus passos, eu já tenho q desconfiar não é mesmo? Ninguém faz tudo que diz, mas quando não faz nada também, tem algo errado.
 Acabou? Sério? Eu ainda to teimando porque não queria que fosse assim. Não queria mesmo.
Ainda acho que não precisava ser assim. Que dava pra conciliar. Pra continuar relevando e tal.
  Mas alguma coisa mudou né? Eu mudei. Eu sei. Mas não foi só eu.Você  também. As circunstancias também. e daí fica mais difícil disfarçar algumas coisas. Desnecessário manter outras. Mas eu não mantenho só o que é necessário perto de mim.
  Queria arranjar uma desculpa. Qualquer uma, que justificasse minha insistência. Mas todas são horríveis : carência, egoísmo, coisas que deveriam ser cortadas pela raiz.
  Espero que esse seja o último texto. Que seja aquele que carrega tudo que não dá mais pra ficar aqui comigo. Que encerra um capitulo do passado, como eu disse outro dia.
 Porque não dá mais. Eu já insisti muito mais do que eu deveria. Já tentei colocar pontes nesses abismos que se formaram, mas quando eu construo sozinha elas não chegam até você.
   Então eu to cansada. E decepcionada.
  Por ter me enganado tanto tempo. E por dado tantas chances pra você e nenhuma pra mim. Por me sentir triste com esse fim de algo que na verdade não foi bom como parecia.
  Me despeço mais por respeito do que por vontade. Respeito a sua escolha. E respeito a minha história.
Me despeço, antes que esse peso de tentar te carregar onde você não quer estar me esmague.
Me despeço, porque você tem o direito de fazer o que quiser e eu não tenho nada com isso.
   E porque eu tenho esse direito também.