domingo, 2 de agosto de 2015

É preciso ver

  Não sou o tipo de pessoa que lê jornal. Por N motivos. ( Nem vale a pena comentar sobre assistir então...)
  Mas ultimamente, acabo dando uma folheada neles, no trabalho.
  É terrível. Sempre deprimente, indigno, revoltante. 
   Não importa de onde seja, 90% das notícias me deixa com um nó na garganta, mil perguntas, e nenhum senso de esperança. Sem falar no apelo profundamente tendencioso de cada um...
 Pra não sucumbir ao desespero, a escolha mais óbvia é: não vou ler mais. Passo pelas crônicas, e vou direto pro caderno cultural. As vezes a previsão do tempo merece uma olhadinha também.
  Esses dias porém, estive observando alguns grupos de pessoas, que se reúnem para conversar como se não existisse ninguém mais em volta delas.
  Em cidades maiores e shoppings é mais comum ver isso ( saudades multidões de sampa! S2), mas aqui são raras as oportunidades.
  Você pode observar isso em restaurantes, mas eu observei no meu local de trabalho. Sim, uma biblioteca onde grupos de adolescentes se reuniram na hora do intervalo para fazer seus trabalhos.
  Independente dos mil e novecentos avisos visuais ou orais de “ silêncio”, eles simplesmente continuavam a falar, completamente alheios ao que acontecia em volta.
 Sei que isso é comum, mas fiquei impressionada com aquilo: Eles realmente não viam as pessoas em volta, e não percebiam o que a ação de cada um, falando “ baixo” estava resultando: barulho.
  Eu não ligo pra isso, mas regras são regras né? Enfim.
 Comecei a relacionar isso com minha leitura do mundo, e de tantas pessoas que eu conheço, e claro, com minha escolha de não ler mais o jornal ( viu? tinha um propósito rs).
  Olhar pra fora do nosso grupo ( mundo, contexto) não é fácil. Nem sempre é por puro desinteresse, as vezes é por preservação.
  Mas até que ponto essa preservação produz algo saudável?
Não adianta mais fingir que o que acontece na Ásia por exemplo, é longe demais pra nos afetar.
  O mundo é um só, e por mais que as diferenças e disparates ainda existam, tudo acaba se interligando.
 Não “ olhar”, não resolve. O barulho continua.
  Vou te falar que ler o jornal também não. Continuo escolhendo outras fontes pra “ ver” o mundo.
  Mas é preciso no mínimo ver, e perceber qual minha parte no “ barulho” que está só aumentando, em todo lugar.


  Eu acredito que existam soluções, e esperança. Acredito inclusive que pode estar bem do nosso lado, tipo o aviso de " silêncio" afixado em vários lugares na biblioteca.
  

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