Já parou pra pensar
em algo do tipo? Essa pode ser uma sentença de frustração ou gratidão, depende
do que você escolhe.
Particularmente, oscilo entre as duas.
Essa questão estava presente na crise dos 20( socorro Deus!) e em todas as outras subsequentes,
quando a ansiedade e a ingratidão tomavam conta e tudo parecia muito sem
sentido, sem propósito, as vezes até sem valor.
Essa questão estava presente na crise dos 20
Verdade que eu
planejava demais. Nas minhas loucuras infantis e apressadas meus planos eram muito
bem organizados. Com 11 pra 12 anos, eu já tinha esquematizado tudo até pelo
menos uns 21. Achava que tinha tudo sob
controle -haha pode rir, hoje acho graça dessa ingenuidade - e a essa altura
estaria bem encaminhada na vida, seguindo aquele padrão ocidental de pessoa feliz e bem sucedida (aquele, sabe?).
Mas olha que
impressionante: nada foi como eu esperava! E quando eu digo nada, é nada mesmo.
Não estou aqui dizendo isso pra me isentar da responsabilidade sobre minhas
escolhas ou o caminho que segui até aqui. Essa coisa de “ autopiedade” já foi.
Talvez uma vez ou outra que não conseguisse ver que tinha escolha, mas de forma
geral, a gente sabe que tem sim. O sim e o não tão sempre aí antes de darmos
qualquer passo. Indecisão também é uma escolha, no fim das contas. Nada foi como eu esperava, e sinceramente?
Ainda bem!
Eu me lembro como se
fosse ontem da época que eu acreditava estar lutando pra viver naquele padrão
que citei : acordava as 5:15 pra sair as 6:15, mesmo entrando na escola
as 7:00. Pra quê tudo isso de tempo né? Porque eu tinha pavor de atrasos e
imprevistos. Me arrumava meio rápido até, mas tinha que ter um tempo de sobra
pra “planejar” meu dia.
Eu sentava no sofá
antes das 6:00, e mentalmente organizava cada hora que eu teria dalí pra frente:
tal hora faço isso, tal hora faço aquilo. Ia feliz e contente que tinha espaço
até pra algum imprevisto ou uma distração. Que lindo!
Na escola eu nem esperava ter algum controle
sobre a rotina, então a loucura começava ao sair dalí correndo pra pegar o
primeiro ônibus e não perder mais nenhum minuto.
Isso aí já era um
problema né? Mas amém. Eu chegava em casa ainda determinada a executar minha
agenda. Quase NUNCA dava certo. As mudanças de planos de qualquer pessoa lá me afetavam diretamente. As vezes tinha que ir pra outro lugar e ficar
totalmente impossibilitada de fazer qualquer coisa que eu planejei. Aquilo
acabava comigo: era uma frustração imensa, uma raiva! Eu chorava, ficava um
tempão irritada com o que não pude fazer , ao invés de aproveitar o que estava
acontecendo ( soa familiar isso, inclusive).
Levei uns bons anos
pra perceber isso. Mas hoje agradeço a Deus pela família que fui criada haha porque
se tivesse crescido num ambiente um pouco mais metódico ou rígido nessa questão
de planejamento e rotina, TOC, neurose, tudo ia ser apelido pra me descrever
rsrs.
Mas voltemos: claro
que estendi esse planejamento pra vida:
Com 21 anos, eu já teria no mínimo a graduação e estaria
encaminhando algum mestrado ou pós. Estaria
trabalhando obviamente, e dirigiria meu próprio carro. Provavelmente também
estaria iniciando os processos de adoção, porque sendo mãe solo eu já sabia
desde criança que o negócio seria demorado. Ah, também viajaria o mundo, em
todas as férias que pudesse.
Queria ser inteligente, independente e feliz. E pra mim, isso era tipo um pacote indissociável. Era meu alvo, ideal de felicidade.
Só que ele começou a desmoronar bem cedo: quando não passei no Vestibulinho pro ensino médio técnico - que era um passo importantíssimo pra chegar lá - eu já sabia que metade desses planos estaria comprometido.Teria que me dedicar mais, muito mais, e crer num milagre.
Eu tinha as duas coisas : fé e dedicação. Mas não tinha assimilado ainda que não tinha controle sobre muitas coisas, inclusive sobre as mudanças que ocorriam em mim ao longo do tempo. Os sonhos inclusive foram mudando, conforme fui me conhecendo e me constituindo enquanto um ser humano único. Escolhas, identidade, destino, tudo foi de certa forma se desdobrando ao mesmo tempo, e ainda é assim.
Queria ser inteligente, independente e feliz. E pra mim, isso era tipo um pacote indissociável. Era meu alvo, ideal de felicidade.
Só que ele começou a desmoronar bem cedo: quando não passei no Vestibulinho pro ensino médio técnico - que era um passo importantíssimo pra chegar lá - eu já sabia que metade desses planos estaria comprometido.Teria que me dedicar mais, muito mais, e crer num milagre.
Eu tinha as duas coisas : fé e dedicação. Mas não tinha assimilado ainda que não tinha controle sobre muitas coisas, inclusive sobre as mudanças que ocorriam em mim ao longo do tempo. Os sonhos inclusive foram mudando, conforme fui me conhecendo e me constituindo enquanto um ser humano único. Escolhas, identidade, destino, tudo foi de certa forma se desdobrando ao mesmo tempo, e ainda é assim.
O caminho que escolhi é de renúncias mesmo. E desde a primeira, percebo que o principal é aprender que eu não tenho o controle sobre tudo. Aliás, se existe um controle que exerço, é apenas em mim e bem limitado rs.
Parece doido e doído
de início, mas hoje dou graças a Deus por isso.
Percebo que boa parte
dos planos que fiz eram mais socialmente aceitáveis do que fariam sentido pra
mim.
Já falei sobre isso aqui: o que eu não quero. Minha prioridade se tornou ser, e não ter, há muito tempo. Ela tem me levado a caminhos muito inesperados e muitas vezes “insanos” pra maioria das pessoas. Cada oportunidade que tenho de aprender, de mudar, eu aceito. E tem sido uma aventura, mesmo que muitas vezes pareça uma verdadeira loucura. Ainda assim, encontro mais sentido, mais crescimento nesses passos, do que em passos óbvios.
Já falei sobre isso aqui: o que eu não quero. Minha prioridade se tornou ser, e não ter, há muito tempo. Ela tem me levado a caminhos muito inesperados e muitas vezes “insanos” pra maioria das pessoas. Cada oportunidade que tenho de aprender, de mudar, eu aceito. E tem sido uma aventura, mesmo que muitas vezes pareça uma verdadeira loucura. Ainda assim, encontro mais sentido, mais crescimento nesses passos, do que em passos óbvios.
Mas por que eu
resolvi falar isso? Pra dizer que o IR faz o caminho...como disse C.S Lewis.
Eu nunca pensei que
estaria onde estou hoje...mas também nunca pensei que já teria passado por
tantos lugares, conhecido tantas pessoas, vivido tantas coisas diferentes!
Nasci e cresci na
maior cidade do país, e no IR acabei
morando já em 3 regiões do Brasil com pessoas de todos os lugares. Tive acesso
a uma diversidade de culturas imensa, desde criança. Viajei pro exterior antes
dos 20, sem precisar de passaporte, sem falar a língua oficial também ( aprendi
lá, na cara e na coragem rsrs). Passei num concurso público aos 15 anos, não
fiz a Fuvest como esperava, mas passei em 1º lugar no primeiro e único vestibular que fiz na
vida. Trabalhei com uma variedade de coisas: num call center de emergência,
numa secretaria de escola de música, fui babá, professora de inglês,
recepcionista, auxiliar de biblioteca e contadora de histórias. Fora todas as
experiências em missão, que foram igualmente variadas: de pintar parede, podar
hortênsias rs, reformar móveis, fazer pantomimas em praças e escolas, até
cozinhar macarrão pra 170 pessoas. Muito mais riqueza de vida do que meus
planos poderiam alcançar rs.
Eu realmente nunca pensei estar como, ou onde
estou hoje, percebe? Mas pensar sobre isso foi como um lembrete: mesmo que nada faça
muito sentido agora, que o caminho pareça muito incerto, e dê aquele medo de
continuar, bom, tá tudo certo, do jeito que o certo for rs.
E eu compartilhei essas coisas não porque considero meu caminho um exemplo a ser seguido literalmente rsrs. Mas pra te lembrar, ou te encorajar se você tá nessas vibes de questionamentos sobre onde ou como gostaria de estar, a olhar pras respostas que você encontrar com gratidão e esperança.
E eu compartilhei essas coisas não porque considero meu caminho um exemplo a ser seguido literalmente rsrs. Mas pra te lembrar, ou te encorajar se você tá nessas vibes de questionamentos sobre onde ou como gostaria de estar, a olhar pras respostas que você encontrar com gratidão e esperança.
A sensação de andar
num caminho enquanto estou construindo ele é doida mesmo: esse misto de animação
com desespero as vezes. De coragem com canseira também. Mas pra quê percorrer
uma jornada já trilhada, já programada, quando a vida é única e isso me
possibilita escrever uma história assim também?
Parece mais fácil se encaixar em algum caminho pronto, é
verdade. Mas não creio que seja. Porque se distanciar de si mesmo e da sua
história é um processo dolorido também. O preço é igualmente alto, só que
cobrado mais tarde.
Mas a escolha é sua.
É minha. Ta sempre aí. Bóra?
Créditos:
Fotos- Beatriz Ramos Fotografia
Palavras: Akapoeta - instagram
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Fotos- Beatriz Ramos Fotografia
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