domingo, 30 de agosto de 2015

Coisas abomináveis

  Há uns 2 meses atrás, publiquei aqui a primeira parte dessas listas ( http://gabisdiz.blogspot.com.br/2015/07/coisas-deleitaveis.html) lembra? 
  Então, comecei com a parte boa, mas antes que passe tempo demais, publico a minha lista, extremamente resumida , de coisas abomináveis:
  
 Chuva. Dia de chuva, principalmente no frio.
 Sair na chuva. 
 Perder a hora.
 Pessoas mal educadas.
 Receber respostas atravessadas sem mais nem menos.
 Perder ônibus, metrô, qualquer coisa. 
Ter que refazer trabalhos a toa. 
 Dormir pouco. Demorar pra dormir. Dormir mal.
 Não ter café :O
 Receber ligações de presidiários e atender achando que pode ser algo importante.  Ligações na madrugada principalmente, profundamente abominável.
 Testes do DETRAN. 
Trabalhar isolado de pessoas.
 Planejar usar uma roupa que não serve. Gostar de roupas que não tem disponibilidade de tamanho.
Ser obrigada a...qualquer coisa. Obrigação tira a graça de quase tudo. Não entender o motivo ou o princípio por trás de uma ordem.

 Mentira. De qualquer jeito, lugar, forma.

Ainda existir fome no mundo, lugares sem saneamento, e coisas absurdas assim...o que me leva a desigualdade social que mantém miseráveis e milionários no mesmo sistema. Muito abominável
Preconceito, todos os tipos. Mais que abominável.
 Falta de educação. Grosseria. Arrogância.
Ah, profundamente abominável: cantada na rua. Não interessa de quem, profunda falta de respeito e machismo puro. Muito abominável.
 Aliás, no quesito machismo, preconceito e injustiça contra as mulheres, em qualquer situação social, em qualquer cultura, abominável não é suficiente para descrever. Pedofilia e tráfico de pessoas também se encaixam nessa situação. 
Absolutamente abominável todas essas guerras e problemas que se desenrolam do nosso lado, e mais abominável o descaso da maioria das instituições competentes, e países que poderiam ajudar.
 ( Antes de tomar proporções muito maiores, voltemos aos ítens mais pessoais): 

 Praia lotada e sem vento. Frio com chuva na rua.
Pessoas que cortam fila. As que atrasam sem motivo também.
Pessoas falsas.
 Livros de terror e auto-ajuda. Filmes também.
Filmes de ação do tipo Mercenários e Velozes e Furiosos.
Se perder. Ficar sozinha. Sozinha mesmo, sem musica ou livros, ou telefone.
Barata, rato, lagartixa, sapo, cobra, aranhas, morcegos, e talz...ugh.
 Ter que matar a barata!
Chuveiro queimar no meio do banho. 
Ficar sem luz por muito tempo. Sem água absolutamente abominável.
  Ir no banco e não conseguir resolver quase nada. Fila de mercado.
Perder dinheiro, ser roubado. 
Comprar uma coisa e receber outra.
Ser obrigada a votar. Ser avaliada por vestibulares, currículos, e outras formalidades que não dizem nada.
 Burocracia que atrasa coisas simples.
  Pessoas que fingem que não te conhecem na rua.
Religiosidade ( em qualquer religião).
 Hipocrisia.
 E por aí vai.

 Sem mais, encorajo você a fazer suas próprias listas. No que elas te ajudam, ah...você vai descobrir quando fizer.


domingo, 23 de agosto de 2015

Injustiça. #nãomerepresenta


 Eu sempre evitei ao máximo discutir ou mesmo citar fatos e opiniões que dizem respeito à fé, religião, e afins.
  Sobre Deus não evito. Acredito que não preciso ficar falando Dele o tempo todo, para que você que lê perceba que Ele está aqui.
  (Aliás, sou dessas que acredita que quem precisa ficar falando que é, na verdade não é).
  Mas enfim, tudo isso apenas pra dizer que dessa vez não deu pra evitar.
 Diria que estou arrasada. Indignada. Revoltada. Isso por mil motivos. Injustiça é um deles.
  Em algumas culturas, a honra e a vergonha, falam mais alto. Mas aqui, é a justiça e a falta dela que nos esmaga.
  E convivemos com ela de tantas formas, tantas vezes por dia, que acabamos perdendo completamente a esperança em alguns segmentos da sociedade.
   Eu, pelo menos , não tenho esperança, no governo por exemplo, e no que depende dele, por motivos óbvios.
  Mas aí, injustiças tremendamente absurdas, acontecem no único lugar onde deveria existir esperança. No único lugar onde a verdade, e a direção de Deus deveriam prevalecer.
  Sei que historicamente os fatos me mostrariam que diversas vezes, o que prevaleceu foram interesses humanos, disputas de poder, egoísmo e manipulação.
  Mas a gente nunca espera que vá viver num tempo desses novamente.
  Principalmente quando as coisas parecem estar caminhando bem. Ainda que muito devagar, mas bem.
  Do nada, escolhas fazem com que nossa esperança desmorone. Porque escolhas que definem, todos os dias, quem somos e pra onde estamos indo.
  Pra mim, a instituição só faz sentido enquanto existe para ser corpo de Cristo, parte do Reino, habitação de Deus, quando caminha segundo o coração de Deus, e sua direção. Porque um corpo que não segue a cabeça, é um monstro. E eu não gosto de monstros. Nunca gostei.
   Então, to com essa sensação amarga na boca do estomago.
 Porque a escolha é muito clara, e muito absurda, e dolorida.
  Ao mesmo tempo, temos o exemplo de Jesus, o cabeça, o modelo, o Mestre, o senhor da dita cuja : que "amando-os,(nós) amou até o fim";
que serviu, e se esvaziou, e morreu, a morte mais horrenda e vergonhosa, injusta que poderia existir.
   E essa obediência e entrega estabeleceu seu Reino. Reino de Justiça, paz e alegria.
 É a esse Reino que eu pertenço. E diante de injustiças, meu coração é incapaz de guardar resquícios de paz e de alegria.
  Dói saber que pessoas foram desprezadas, traídas, rejeitadas sem motivo. Mas dói mais saber que muitas outras sofrerão, porque é uma escolha que diz muito mais sobre o futuro do que sobre o presente:
  Ela me diz que alguém que ouve Deus e obedece, não é suficiente. Logo, a vontade de Deus e sua direção também não o são.
  Ela me diz que servir, amar, caminhar com pessoas não é suficiente. Logo, seguir a Jesus conforme o exemplo bíblico também não é suficiente.
 Ela me diz que obedecer a Deus, abrir mão de tantas coisas, ir pra um lugar desconhecido, pode não valer a pena, quando é exatamente isso que Jesus nos manda fazer.
 Ela me diz que ser autêntico, também não é legal. Pode chocar e incomodar demais quem insiste em viver em religiosidade.
 Ela me diz que ser instrumento de Deus, num local onde as pessoas não conhecem Deus, pode ser muito arriscado, caso elas ainda queiram permanecer como estão. 
  Sendo que isso faria todo sentido, em outro lugar. Não aqui. Não ali.
  Ela me diz que um suposto conhecimento doutrinário, é mais importante, do que vidas. Do que transformação, do que ser um discípulo aprendiz de Jesus, que é oque somos chamados para ser. Todos, até os mestres.
 E a suposta regra de fé e prática desse local, não confirma nenhuma dessas opções. Pelo contrario. E é a minha regra de fé e prática.
  Então, dói. É muita incoerência. É uma escolha estúpida demais. É uma escolha que privilegia aspectos tão irrelevantes quando a fonte que eu uso pra digitar o que estou escrevendo.
  Então hoje, eu queria deixar registrada minha indignação. Minha tristeza profunda, com relação a um povo/local que perdeu a identidade, o foco, o propósito, por motivos tão banais.
  Não dá pra se sentir bem, e feliz em um local onde rejeitam Aquele que meu coração ama e escolheu seguir.
  Permaneço enquanto for essa a direção do meu Amado e Mestre. Porque é isso que acredito ser fundamental na vida: ouvir e obedecer a Ele.
  E sair agora, sem direção me faria igual a esses seres estúpidos que acreditam que sua vontade pode, em algum universo ser melhor do que a de Deus.
   Não é a primeira vez na história, infelizmente não será a ultima. Mas posso dizer com todas as letras: ISSO não me representa.


   

domingo, 16 de agosto de 2015

Ser


   Entrou numa maratona de tarefas mais uma vez. Começou animada, focada, determinada. 
  Mas num determinado momento, em que o ritmo começou a diminuir,
 mil perguntas: 

 " Por que eu to fazendo isso mesmo? Por que eu não fiz aquilo? Por que a rotina parece estar me engolindo mais uma vez? Por que depois de dias tão cheios da alegria e da presença de Deus, eu sinto uma angústia enorme, e uma vontade quase sufocante de chorar? Eu não tava bem ontem? Ou há uma hora atrás?
  O que afinal esta acontecendo? Pra onde eu to indo mesmo? Será que não to perdendo tempo ? De novo? Por que dessa vez? Por que ainda não aprendi as lições que vão me tirar daqui e levar logo pra onde eu sei que tenho que ir?

     Ir. Fazer. Viver. 

    Os verbos meio que se entrelaçam na mente. Mas falta o SER. E ele que é fundamental, e tem que vir antes dos demais: SER.
 E quando percebe isso, mais perguntas: 

  " Tá, mas quem tenho sido no meio dessas coisas todas?
Quem sou eu quando não estou indo, fazendo, ou vivendo um “ papel social”?  Quem sou eu se como uma peça de jogo de tabuleiro, me tirarem do meu convívio, e olharem pra mim sem contexto, circunstância, máscaras, nada? 
  Sem antecessores, família, sem sobrenome? Sem amigos, pessoas que afirmem ou digam qq coisa? Sem atividades, sem profissão, escolarização, sem avaliação?
 Sem estereótipos, comparações? Sem uma linha cronológica, ou árvore genealógica?
O que resta nessa “ peça” do Universo para ser dito? Nessa porção de pó,  que Deus soprou vida e passou a SER? O que ou quem eu sou, longe de todas as coisas que aparentemente me definem, me limitam, me forçam ao extremo, me rodeiam, e me transformam?

   Perguntas. Mil perguntas. Uma busca mais profunda, que não se contenta com qualquer resposta.
  Num nível mais racional ela sabe algumas respostas. As certas. Mas não as que sente, logo, não há convicção ( mente e coração em harmonia).
  As vezes surgem respostas. Ela sabe que essa questão de auto conhecimento pode se tornar um buraco-negro, uma fuga tanto quanto o excesso de atividades. Mas precisa arriscar. Pode ser que dê certo.
  Ela sabe quem é pra Deus. E isso  traz luz pra ver o que simplesmente não posso ver por si mesma.  Mas precisa saber quem é pra si mesma,  depois de tantas lições e oportunidades para transformar o borrão disforme que  via, em algo mais próximo da realidade de Deus, que é a que importa de fato.
  É um momento pra olhar e ver no que que deu até aqui. Dá medo, claro. E se ela olhar e descobri que só mudou as máscaras? Que não deixou a verdade de Deus moldar sua percepção em cada situação?
  Vai ser duro pra caramba. Mas necessário. É preciso continuar.  
  Tem muito pela frente. Antes de entrar numa maratona de novo, é um tempo pra tomar uma água.
  Lavar o rosto, lembrar do por quê está correndo. Secar o suor. Respirar mais fundo. Deixa o ar entrar e receber fôlego pra continuar.
     Não, não precisa de um espelhinho. Precisa de coragem só. Pra olhar de fato, mesmo que seja numa poça d’água.
  Olhar e ver. Olhar e aceitar também. Olhar e entender o que precisa mudar.
  Algumas coisas pesam também, e tornam alguns momentos mais pesados. Então é natural ela cansar. 
  E querer parar, ou tentar  de todo jeito correr no ritmo dos outros. Mas nunca dá certo.
  É hora de tentar relembrar as respostas.Ou descobrir. 
  Mas mais do que qualquer coisa, ser.

domingo, 2 de agosto de 2015

É preciso ver

  Não sou o tipo de pessoa que lê jornal. Por N motivos. ( Nem vale a pena comentar sobre assistir então...)
  Mas ultimamente, acabo dando uma folheada neles, no trabalho.
  É terrível. Sempre deprimente, indigno, revoltante. 
   Não importa de onde seja, 90% das notícias me deixa com um nó na garganta, mil perguntas, e nenhum senso de esperança. Sem falar no apelo profundamente tendencioso de cada um...
 Pra não sucumbir ao desespero, a escolha mais óbvia é: não vou ler mais. Passo pelas crônicas, e vou direto pro caderno cultural. As vezes a previsão do tempo merece uma olhadinha também.
  Esses dias porém, estive observando alguns grupos de pessoas, que se reúnem para conversar como se não existisse ninguém mais em volta delas.
  Em cidades maiores e shoppings é mais comum ver isso ( saudades multidões de sampa! S2), mas aqui são raras as oportunidades.
  Você pode observar isso em restaurantes, mas eu observei no meu local de trabalho. Sim, uma biblioteca onde grupos de adolescentes se reuniram na hora do intervalo para fazer seus trabalhos.
  Independente dos mil e novecentos avisos visuais ou orais de “ silêncio”, eles simplesmente continuavam a falar, completamente alheios ao que acontecia em volta.
 Sei que isso é comum, mas fiquei impressionada com aquilo: Eles realmente não viam as pessoas em volta, e não percebiam o que a ação de cada um, falando “ baixo” estava resultando: barulho.
  Eu não ligo pra isso, mas regras são regras né? Enfim.
 Comecei a relacionar isso com minha leitura do mundo, e de tantas pessoas que eu conheço, e claro, com minha escolha de não ler mais o jornal ( viu? tinha um propósito rs).
  Olhar pra fora do nosso grupo ( mundo, contexto) não é fácil. Nem sempre é por puro desinteresse, as vezes é por preservação.
  Mas até que ponto essa preservação produz algo saudável?
Não adianta mais fingir que o que acontece na Ásia por exemplo, é longe demais pra nos afetar.
  O mundo é um só, e por mais que as diferenças e disparates ainda existam, tudo acaba se interligando.
 Não “ olhar”, não resolve. O barulho continua.
  Vou te falar que ler o jornal também não. Continuo escolhendo outras fontes pra “ ver” o mundo.
  Mas é preciso no mínimo ver, e perceber qual minha parte no “ barulho” que está só aumentando, em todo lugar.


  Eu acredito que existam soluções, e esperança. Acredito inclusive que pode estar bem do nosso lado, tipo o aviso de " silêncio" afixado em vários lugares na biblioteca.