terça-feira, 31 de março de 2015

Querências


   Queria não sentir tanto. 
  Tanta saudade, tanta vontade.
  Tanta coisa misturada , que as vezes entala na garganta...
   E num ímpeto de sobrevivência,
   enquanto o ar retoma seu ritmo,  
   elas escorrem pelos olhos,
   saem em risos abafados ou em gestos descoordenados.

  Queria conseguir nomeá-las.
  Essa clareza me ajudaria a saber onde guarda-las, ou onde jogá-las.

  Queria saber de onde vem essa sensação de que sempre está faltando alguém.
   Não, não é algo. É alguém. Indefinido assim mesmo. 
  
  Uma sensação de que “ se fulano ou sicrano estivesse aqui, poderíamos rir, e conversar...e como diria o OTM, “ iria embora na conversa, nossa pressa de ficar”.

    Mas existe o medo também.  
   De descobrir que " alguém" não resolve...ou que não é bem "esse alguém. "
   Assim eu deixo assim mesmo : saudade, boas lembranças e expectativas alimentando a ilusão de que seria como eu gostaria.

   Não é tão difícil : provavelmente estaríamos rindo...e as conversas seriam leves e só fariam bem....
E mesmo que as lágrimas aparecessem novamente, também fariam bem.

   Nas imagens, músicas, livros e sonhos que guardo ou procuro , há a marca do “ não é bom que o homem esteja só”.
 E é pra esses lugares q eu vou, quando simplesmente não quero ver a solidão das coisas...ou a minha.
   
  Não quero mais conversas superficiais. Chega de " tudo bem" automáticos, e " saudade" instantâneos.
   
    A falta é também de compartilhar desde os risos mais bobos, ao café  e as conversas mais sérias, sabe?
  É ouvir outros lados, outras histórias, outros dramas , outras memórias.


  Peço licença pra fazer minhas as palavras do OTM mais uma vez: o problema é que "sobra tanta falta". 

 
  



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