Você notou que esse ano, pela primeira vez foi
comemorado/divulgado o Dia Internacional das Meninas ? Não? Eu notei. Você
notou quantos vídeos, notícias, mobilizações, manifestos aconteceram
ultimamente, não especificamente sobre mulheres, mas sobre MENINAS?
Faz um tempão que penso em escrever sobre Meninas. Milhares de polêmicas se destacam, e somem da mídia, mas o
nó na garganta não passa.
Eu fico naquela esperança da poeira baixar, e me permitir escrever algo coerente, que não te leve ao desespero, nem banalize absolutamente nenhuma das lutas e dores que tenho visto, que não seja cheio de revolta ou tristeza.
Mas não tem como. É como um grito, que tem ecoado por todo o mundo. Porque ser menina hoje, não é apenas " difícil ou complicado". É mortal. É se tornar alvo dos mais variados ataques físicos, psicológicos, sociais.
Li estarrecida esses dias um texto que colocava a frase " É menina", como uma das mais mortais que existem. Isso porque existem mais de 200 milhões de meninas que " desaparecem ao nascer". O texto fala de países distantes, como China e Índia. ( É menina - sentença que mata).
Daí você pode falar da política do filho único, ou das religiões e crenças. Da pobreza, da cultura. Mas percebe que antes de todas essas coisas, existe uma ideia que diz quea vida de uma menina não vale absolutamente nada?
Então se você ainda não percebeu que o mundo é um só, e que tudo que acontece nele te afeta de alguma forma, teve aquele outro vídeo, que foi muuito divulgado aqui :Pai, me ajude! Nasci menina.
É americano, verdade, mas mostra uma realidade mais próxima pra nós brasileiras que tivemos a sorte de conseguir nascer. Mas vamos ser honestos, ninguém sabe quanto tempo aguentaremos, pois seremos sistematicamente atacadas. Física e emocionalmente.
Eu fico naquela esperança da poeira baixar, e me permitir escrever algo coerente, que não te leve ao desespero, nem banalize absolutamente nenhuma das lutas e dores que tenho visto, que não seja cheio de revolta ou tristeza.
Mas não tem como. É como um grito, que tem ecoado por todo o mundo. Porque ser menina hoje, não é apenas " difícil ou complicado". É mortal. É se tornar alvo dos mais variados ataques físicos, psicológicos, sociais.
Li estarrecida esses dias um texto que colocava a frase " É menina", como uma das mais mortais que existem. Isso porque existem mais de 200 milhões de meninas que " desaparecem ao nascer". O texto fala de países distantes, como China e Índia. ( É menina - sentença que mata).
Daí você pode falar da política do filho único, ou das religiões e crenças. Da pobreza, da cultura. Mas percebe que antes de todas essas coisas, existe uma ideia que diz que
Então se você ainda não percebeu que o mundo é um só, e que tudo que acontece nele te afeta de alguma forma, teve aquele outro vídeo, que foi muuito divulgado aqui :Pai, me ajude! Nasci menina.
É americano, verdade, mas mostra uma realidade mais próxima pra nós brasileiras que tivemos a sorte de conseguir nascer. Mas vamos ser honestos, ninguém sabe quanto tempo aguentaremos, pois seremos sistematicamente atacadas. Física e emocionalmente.
O que me lembra
aquela tal pesquisa, que o Brasil é um dos piores paises da América Latina pra ser uma
menina(um pouco da pesquisa aqui)
Sim, o índice de gravidez precoce e casamento infantil aqui é assustadoramente alto pra uma “ economia emergente”.
Sim, o índice de gravidez precoce e casamento infantil aqui é assustadoramente alto pra uma “ economia emergente”.
Enquanto to aqui, escolhendo palavras pra descrever a
urgência do que está acontecendo, a cada 7 segundos, uma menina, se casa no
mundo.
Uma menina. Pode ter entre 7 a 15 anos. A idade média dos estupros é 13 anos. Meninas.
Uma menina. Pode ter entre 7 a 15 anos. A idade média dos estupros é 13 anos. Meninas.
Sem falar nas
milhares que estão sendo vendidas, por serem a única esperança de sua família
ter o que comer e sobreviver mais um dia. Ou as que estão sendo raptadas pelo
Estado islâmico, ou Boko Haram.
Todas campanhas que movimentaram as redes sociais. Que causaram
choque, revolta, Deus permita, resultados.
E então, surge essa
palhaçada de “ escola de princesas”. Porque tem pessoas muito preocupadas com o
comportamento das meninas atualmente.
Quantas vezes você já
não ouviu isso? Que “ as meninas hoje em dia” são isso, ou aquilo. São vulgares,
mal educadas, não se respeitam, e por aí vai?
As tragédias : da
vítima do estupro coletivo, da Lucia Perez.
Surge um pouco de
esperança também , com aquela escola no Chile, de “ desprincesamento”. Lindo. Amém. Onde elas estão aprendendo a ser mais livres de todos esses condicionamentos terríveis que as pobres princesas estão aprendendo por aqui.
E tudo isso por que?
Porque essa ideia simplesmente contamina tudo em todo lugar. A vida de uma menina não vale nada.
Tem outras questões que aumentam a exclusão e a vulnerabilidade social, obviamente. Mas se você pensar bem, a vida de meninas " ricas" também não vale muito. O índice de tráfico humano também as atinge. Todo o esquema de padronização, de fazer com que elas sintam-se envergonhadas, insuficientes, feias, incapazes, que não queiram muita coisa além de serem bonitas e terem algum tipo de sucesso a qualquer preço, as atinge profundamente.
É uma outra forma de assassinar. Mate os sonhos delas. Mate qualquer senso de dignidade intrínseca. Aniquile sua visão, limite suas possibilidades. Mate sua esperança. A alegria vai sumir junto, a qualquer momento.
Mate seu coração, lentamente. Pronto. Você tem uma menina morta, cuja vida é pura aparência.
Tem outras questões que aumentam a exclusão e a vulnerabilidade social, obviamente. Mas se você pensar bem, a vida de meninas " ricas" também não vale muito. O índice de tráfico humano também as atinge. Todo o esquema de padronização, de fazer com que elas sintam-se envergonhadas, insuficientes, feias, incapazes, que não queiram muita coisa além de serem bonitas e terem algum tipo de sucesso a qualquer preço, as atinge profundamente.
É uma outra forma de assassinar. Mate os sonhos delas. Mate qualquer senso de dignidade intrínseca. Aniquile sua visão, limite suas possibilidades. Mate sua esperança. A alegria vai sumir junto, a qualquer momento.
Mate seu coração, lentamente. Pronto. Você tem uma menina morta, cuja vida é pura aparência.
Tenho a chance de
conviver com algumas meninas no meu serviço, na igreja, em alguns lugares.
Se você convive com
alguma , provavelmente já viu aquele brilho nos olhos de quem tem toda a vida
pela frente. Algumas querem realmente ser princesas. Outras modelos. Outras só
querem poder estudar. Outras querem ser policiais, pilotas, marinheiras, tantas coisas!
E a verdade é que hoje
a gente não tem muito o que mostrar pra elas saberem que podem. Absolutamente
tudo parece trabalhar para limitar, e matar mesmo, se não fisicamente,
emocionalmente esse grupo específico.
Você também já deve ter ouvido falar da Malala. Uma menina
que mudou o mundo. Mudou porque mudou a perspectiva, mudou realidades, mostrou
que ser menina, mesmo em circunstâncias muito difíceis, não é determinante para
destruir um sonho, uma visão, um propósito. Vídeo lindo- meninas do mundo e Malala
Então o que eu quero
dizer com tudo isso, se você já leu até aqui e tá se perguntando aonde eu quero
chegar com tanta tragédia:
Eu quero que você desperte pra responsabilidade, pra
possibilidade que você tem quando convive com uma menina.
Tudo está aí pra
limitar. Pra dizer que não dá. Pra dizer que ela é um problema. Que não é
suficiente. Que tem um papel determinado a cumprir. Que a vida dela não
importa.
Mas você, que sabe
que tudo isso é mentira, e as consequências desastrosas que essas mentiras
estão gerando, pode se levantar e dizer que dá sim, pra continuar. Que ela não
é um problema. Que ela é o suficiente pra ser amada por ser quem é. Que o papel
que ela tem a cumprir, é o que ela quiser. Que a vida dela é profundamente e
indizivelmente importante, e por isso tem tanta coisa tentando convencê-la do
contrário.
Você pode dizer.
Mostrar. Sorrir. Amar. Abraçar. Permitir. Perdoar. Respeitar.
Pra que essa menina, cresça com a força que o amor e a
esperança podem proporcionar. E possa lutar pelas outras, que hoje ainda não
conseguimos alcançar.
As vezes a gente não sabe o que fazer, ou simplesmente não faz porque pensa que " não pode fazer nada". Mas quero te dizer, que podemos sim, fazer tudo.
Podemos fazer qualquer coisa na verdade. E fazendo tudo que pudermos, mesmo que pareça pouco, bom, é muito melhor do que nada. Só precisa começar, não importa o lugar, nem quantas vamos alcançar.
Porque a vida de cada menina que existe na face da terra importa sim.
Pode ser o nome de um relatório : " Ate a última menina. Livres para viver. Livres para aprender. Livres de perigo".. Que seja também não apenas nosso sonho, mas nosso propósito. Amém.
Links se você se interessou pelas notícias:
Casamento Infantil- Carta Capital, dados da Save the Children
Meninas se sentem pressionadas com relação a aparência desde os 7 anos
* Dados do site da ONG Save the children, você pode ver mais aqui :Save the Children- about girls.
Podemos fazer qualquer coisa na verdade. E fazendo tudo que pudermos, mesmo que pareça pouco, bom, é muito melhor do que nada. Só precisa começar, não importa o lugar, nem quantas vamos alcançar.
Porque a vida de cada menina que existe na face da terra importa sim.
Pode ser o nome de um relatório : " Ate a última menina. Livres para viver. Livres para aprender. Livres de perigo".. Que seja também não apenas nosso sonho, mas nosso propósito. Amém.
Links se você se interessou pelas notícias:
Casamento Infantil- Carta Capital, dados da Save the Children
Meninas se sentem pressionadas com relação a aparência desde os 7 anos
* Dados do site da ONG Save the children, você pode ver mais aqui :Save the Children- about girls.
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