segunda-feira, 4 de maio de 2015

Amigos vem e vão...



   Queria muito falar sobre isso. Mas não achei nenhuma metáfora que parecesse adequada, nem conclusão ou ideia mais “ bonitinha”.
  O que eu tenho é um coração teimoso que insiste em não acreditar nisso, e muitas experiências que comprovam que é verdade, independente de como eu me sinto a respeito.
  Então, decidi que quero “pôr os pingos nos Is”. To meio cismada com isso ultimamente, e como escrever quase sempre me ajuda a ver as coisas com mais clareza, bom, vamos lá!  
 ( Dá tempo ainda de sair daqui, fingir que não viu e tal. Corre! )
   
   “ Amigos vem e vão (...)”. 
   Sei que historicamente isso é normal, e já aconteceu com milhares de pessoas, incontáveis vezes. Também já falei pra mim mesma todas as razões perfeitamente plausíveis e racionais que explicam a parte desagradável desse movimento:  “vão”.
  Mas nem por isso me conformei e deixei de pensar no assunto.
  Acontece? Sim, ok. 
  Com que frequência? Mais do que eu gostaria, ok.
  Tem como evitar?  Talvez, mas as opções pra isso devem ser desrespeitosas, então não vale. 
 E como eu fico nessa história?  (pausa).
   
   “ Amigos vão” , e o que fica é isso mesmo: um vão. Um espaço vazio que inicialmente a saudade não é capaz de preencher porque quanto mais ela aumenta, mais vazio fica.
    Eu sei que o “ ir” faz parte da vida, e costuma não anular amizades. 
  Também sei que amizades costumam ser tão únicas quanto os amigos em si, e não dá nem quero compará-las.   Até porque tem outras coisas envolvidas: o tempo em que fazem parte da nossa vida, as mudanças pelas quais passamos...mil coisas que interferem.
    Mas quer saber?  Sei que não é razoável da minha parte desconsiderar essas coisas, mas não tá dando pra pensar em tudo.
  Faz falta ué, e pronto. Não é mais a mesma coisa? Não. Eu também não sou mais a mesma? Não. Mas isso não diminui os vãos. Amigos vão...
  
    E a gente fica aqui, torcendo pra que alguns voltem. E pra nos encontrar lindos , leves e felizes , tipo cena de filme: 
“ Oi! Tva aqui, rindo sozinha, cuidando das plantas, fazendo um bolo, (qualquer coisa) que bom rever vc!”.
    Sabe essas cenas do tipo : não fazia ideia que você podia voltar , mas fico feliz que isso tenha acontecido? Então...não, Hollywood passou longe dessa vez.
   Se magoou de alguma forma, a gente torce pra que não volte mesmo...pra que continue indo mesmo, e não dê nem uma olhadinha pra trás. (to mentindo? claro que não).
   Mas se saiu e deixou esse espaço, a gente espera que volte.
   Um dia, quem sabe?
 E na esperança a gente até ri sozinho...mas é lembrando daquele dia em que tudo que conseguíamos fazer era rir. 
    
   Amigos vem e vão...e eu nunca me acostumo com esse movimento.
Sei que é natural, que tem q ser assim....que no tempo e no espaço de ninguém dá pra permanecer com todo mundo junto, e coisa e tal( as vezes eu forço a barra, mas to aprendendo, keep calm aí ).
    Sei que também faço isso constantemente sem perceber....sem maldade ou intenção, na maioria das vezes.
  Mas to torcendo pra esse incômodo ser só até o vão ser preenchido por uma saudade bonita, daquelas que nos fazem sorrir ao lembrar, e não dessas que parecem gritar e apertar.
   Não, não é até outro amigo ou amiga vir...amigos vem também. Mas cada um tem seu espaço, e acho que tem espaço pra todo mundo.

  Amigos vem e vão....
  Seria  beeem  mais fácil se entre o” vem e o vão”  tivesse só essa ideia de continuidade e fluidez do “ e” ali.  
 Mas não é bem assim no fim das contas. Amigos vem , e no espaço desse E, cabe um “ nos confrontam, nos transformam, e uma infinidade de outros verbos, e só então vão.
  Vão, levam um pouco de nós , deixam um vão.
  Como não gosto de silêncios, nem espaços vazios, prefiro preencher com boas lembranças. Também cuido pra não deixar cair nenhuma pedra de ressentimento, ou qualquer coisa ruim.
 Porque a falta tem dessas né? A gente quer culpar o outro e fica mais fácil quando transformamos o ser humano num ser horrível e cruel.
  Não...já basta toda essa auto avaliação...ninguém precisa de mais doses de egoísmo, e autopiedade.

  Amigos vão. (Ponto, assim mesmo.)
   E um dia, quero olhar pra esse movimento com a leveza e o desprendimento suficientes pra me despedir sem lágrimas.
 Quero ter a maturidade de sentir o que já sei muito bem:  podem ir...mas nada pode mudar o que já passou.
  E o que virá, as novas experiências e caminhos só vão nos levar pra mais perto de onde temos que chegar.
   Quando esse dia chegar, aí sim, vou poder me despedir sorrindo. Vou conseguir lembrar que o vão é temporário.
  Vou conseguir dizer com alegria e verdadeira convicção : Vai, pode ir. Vai com Deus!
Se Ele quiser nos encontramos qualquer dia. Se não quiser, não faz mal. Tomei cuidado pra guardar só as boas lembranças, logo vou ali organizá-las numa página bem bonita.
 E todo mundo que ler minha história, vai encontrar lá esses trechos escritos por quem fez parte da minha vida.

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